Arte ou copia e cola?

Com o surgimento da IA parece que a vida do escritor ficou mais fácil. Ele não precisa mais pensar, elaborar, criar algo do nada. Ele só precisa abordar um tema e dá as diretrizes do comando para a Inteligência Artificial e ela realiza todo trabalho. 

Interessante que começamos anos atrás usando a pena, o tinteiro, papiro, Com o tempo, passamos a usar a caneta e algumas folhas de papel. A máquina de escrever foi uma ajuda e tanto e a revolução chegou com os primeiros computadores. 

Mas até então, ainda tínhamos que usar o cérebro, pensar em assuntos variados, fazer pesquisas na internet para depois desenvolver os temas. Com o texto pronto, era a hora da revisão, de reformular parágrafos, modificar, reescrever ou deletar.

O escritor tinha essa obrigação de escrever, de ter autonomia sobre os textos, de reivindicar valores. Não podia copiar e colar argumentos. Ele devia escrever e assinar embaixo.

Hoje não. Os modernos escritores não precisam se preocupar em ter opinião ou pesquisar informações. Pede pra IA para que ela elabore, revise e dê referências sobre o assunto. Parece injusto com quem já passou horas na frente da tela do computador.

Quando publica uma obra literária, o escritor assume outros encargos. Ele passa a ser uma marca, faz marketing, cria cursos e vira um mentor. Assim, sem perda de tempo. Se faz sucesso admite uma equipe para essas e demais tarefas.

Tem escritor que nem digita nada, a equipe faz tudo. Ele apenas indica o tema e assina o texto pronto. É legítimo e é normal no mercado literário.  E não estou falando do trabalho de um profissional de Copywriter.  Não. Estou me referindo àquele que já alcançou seus best-seller e não precisa mais pensar.

Com certeza usar a IA tem suas vantagens e facilita muito a vida do escritor. Mas quando leio alguns textos, me decepciono. Tem muito de copia e cola e nada de alma, de coração, arte ou vivência. Dá pra notar a diferença.